quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Djni se foi.

Eu sabia, quando comecei a escrever sobre a Djni, que teria de escrever sobre isto.

Memória.

Eu tenho uma memória muito boa, mas entendamos isto. Minha memória é ótima para fatos ocorridos comigo, com as pessoas que eu gosto e as situações vividas. Tenho também boa memória para as minhas fotos, mas a minha memória funciona mal para datas.

Por isto fico em dúvida se a Djni ficou conosco por 9 ou 10 anos, de qualquer maneira ela se foi jovem, para uma cadela pequena a expectativa seria de 13 anos, se humana fosse teria então uns 60 anos. Isto foi a coisa de 20 anos, aproximadamente.

Dõe muito escrever, mas vamos lá, eu voltava da Cobrapi para o almoço, a Vilma regava a frente da casa e a Djni estava lá dentro, só que a Vilma não se deu conta que não havia fechado o portãozinho.

Djni ouviu o carro chegar e saiu apavorada, em festa, para me receber.

Nosso azar é que, dentro do quase inexistente transito do Jardim Normandia, uma Kombi escolar, a mesma que anos antes pegava o Paulo Henrique para a Escola, a Kombi estava passando. Eu não sei se ele teria condições de frear, mas agora, discutir isto....

Anos depois, vinte anos depois, a cena se repete na minha cabeça, eu a 20 metros de casa, a Kombi passando, a Djni estirada no chão. Eu saindo desesperado do carro.

Coitada, deve ter sofrido muito, a Kombi passou sobre a espinha. Eu parei o carro na rua, a Vilma não tinha visto ainda, gritei, corri para a Djni e recebi o último agrado dela, coitada, ainda teve forças de lamber a minha mão. E só.

Enterramos a Djni num lote nos fundos, choramos muito, O Gustavo, Vilma, eu, nossa empregada, vizinhos, triste.

Triste ainda foi telefonar para o Paulo Henrique, que estava estudando em Campinas e não se comentar nada.
Mas um dia ele veio em casa. Fui esperá-lo na Rodoviária, como habito e ainda consegui não contar nada.
Duro foi ver o Paulo Henrique, mal descido do carro, chamar a Djni.
Não se conformou.

Eu estava e ainda continuo tentando achar uma foto onde o Paulo Henrique passeia com a Djni lá no Jardim Normandia, quem sabe lá em cima ele continua passeando com a Djni e o Gustavo arranjou um paninho para brincar com ela.

Difícil escrever sobre, mais difícil relembrar.

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