sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Djni e o dia a dia.


Minha mulher sempre me dizia que ficava sabendo que a gente estava chegando em casa pelo comportamento da Djni.

Ela avisava.

Eu saia da COBRAPI por volta das 11:50, mas um dia lá e outro atrasava dez, quinze minutos por conta de uma reunião. Almoçava e como o horário não só permitia, mas incentivava, tirava um cochilo para retornar às 14:00h.

Da.Vilma, boa dona de casa a moda mineira, tinha (tem) entre seus credos que marido merece uma comidinha quentinha na mesa ao chegar do serviço, e para isto ficava atenta na Djni, que ouvia e reconhecia o barulho do meu carro muito antes dela ouvir.

As empregadas, "secretárias", também sabiam disto.

- Oh, "seu" Paulo está chegando, gritava a "secretária".

E quando eu entrava em casa a mesa estava terminando de ser posta.

-Tratar bem do meu marido, dizia a Vilma para sua "secretária".

A Djni fazia aquela festa quando eu chegava, pula daqui, é bom chegar com festa em casa, né?
Tempos bons, bons tempos.....

A festa era igual para o Paulo Henrique e para o Gustavo, quando também retornavam de suas escolas, eles que saiam e voltavam de Kombis Escolares, já que na medida que o bairro ia se povoando iam tambem se enchendo de crianças e de um bom movimento de Kombis.

Não é que a Djni reconhecia o barulho de cada uma das Kombis deles ?

Mesmo sabendo que os animais tem estes sentidos mais aguçados, fico mais na linha de que cuidar de nós seria uma das responsabilidades auto assumidas pela Djni, que era feliz conosco tanto quanto nós eramos felizes com ela.

Sábado, domingos de sol eu me sentava no quntal, lendo livro, jornal, a Djni chegava, fazia a festa, eu fazia a festa, depois ela se deitava ao meu lado, mas não era um deitar simples, era um deitar complicado, composto de protocolos e voltinhas, até hoje eu me lembro, rodava voltas igual peão, sempre no sentido horário até alguma coisa acontecer e ela desabar cara enfiada na perna. Pior que o número de voltinhas era indeterminado.

Quando eu parava de ler, ela parecia se dar conta e vinha fazer outra festa. Outra rodada para se deitar...

Djni tinha com da. Vilma uma relação cordial, amigável, sem fricotes poderia dizer, afinal, as duas eram zeladoras dos mesmos homens.

E tem a Estoria do Pano da Djni.

Até mais, logo a gente se vê de novo!

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