segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Djni vai ao veterinário

Um mês de casa fazia a Djni e a necessidade brotou na nossa cabeça:

- Vacina, ela tem de tomar vacinas. Vamos ter de achar um veterinário..

Eramos então pioneiros no bairro, não havia ninguém para trocar idéias, o único vizinho disponível ainda era meio distante, reservado, nossos conhecidos do dia a dia haviam ficado na 44, de onde a gente havia saído para o Jardim Normândia.
Vilma lembrou de telefonar para Da. Zilú, vizinha da esquerda (lá, 44), que tinha dois cachorros grandes, negros e mal-humorados. Daqui a pouco tinha um endereço anotado.







Vamos lá, Paulo Henrique., pega a Djni. Djni ouviu, parce que entendeu pois começou a tremer, como se estivesse muito frio.
- Ela não quer ir, pai.
- Não tem esta história não, é para o bem dela !

Minha vida toda aprendi que cachorros não falam portugues, mas, tem momentos que é nitido que eles percebem um movimento diferente da rotina. E ficam com medo.
O animalzinho tremendo estava, mais tremendo continuou quando entrou no carro, em ganidos pungentes, que aumentaram quando dei partida no carro.

Nem bem tinha descido o Jardim Normândia, quando ouvi:

- Ela fez xixi aqui, acho que está marcando território.
-É de medo, está assustada, coitada, - diz minha mulher, eu já pensando em ter de conviver com mais cheiro de xixi de cachorro, no carro.

Ela só entrou de novo no carro, em outra ocasião, uma única vez e também para ir ao veterinário.

O veterinário ficava numa travessa da Paulo de Frontin, quase na ponte que liga a vila ao bairro Niteroi. Era uma casa velha, via-se que era construção de antes da Usina, onde um
quintal com uma clínica nos fundos, uma placa de madeira mal pintada anunciava Dr. Fulano,Veterinário.
Volta Redonda naquela época não era um lugar de coisas amplas, limpas e bem cuidadas, a maioria era suja com aparência de bicos mal organizados, mas aquela ali deu vontade de fazer o retorno e sair de novo.

Uma mulher sai, pergunta o que a gente quer .

- Vacinas e quero que o dr. veja se a cadelinha está com boa saúde.
- Custa tanto, - um valor até modesto, pensei.

- Tá certo, a gente aguarda.
Não demora e surge o veterinário, barba por fazer, dentro de uma roupa que havia sido branca há dias.
Se a Djni havia tido uma reação de desgosto, agora estava pior. De certo o veterinário carregava em si todos os odores de todos os bichos tratados na semana.

- Peço desculpas mas eu estava ajudando no banho de um rottweiller.
- Voces vão fazer vacinas, né, traga ela aqui e menino, segura ela se não eu posso ser mordido.
- Eu não sou segurar, não quero olhar.
-Eu seguro então, respondi, me dando conta que, dai prá frente, todos os pepinos de Djni seriam resolvidos por mim ou pela d.Vilma . Vacina dada, Djni examinada, o retorno foi tranquilo.


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Aqueles dois objetos encostados na entrada da cozinha são os meus chinelos, tamanho 36 e por este tamanho de chinelo dá para perceber como era pequena a Djni. A gente a carregava com uma mão.

Mais daqui a pouco escrevo mais .

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