Mocinha
De repente a gente olha no piso da área da cozinha e aparece uma mancha de sangue:
- Olha lá, Vilma, a Djni ficou mocinha...
- É, agora acabou o sossego!
Djni teve duas ninhadas, a primeira, que eu conto a seguir, foi desejada, a segunda fruto das nossas distrações e da escapada do cachorro da vizinha, anos depois.
Uma das minhas preocupações de se ter escolhido uma fêmea começava a ficar patente. Como primeira providência compramos uma fralda para a Djni e aliada a esta fralda uma espécie de cinto da castidade cachorral, uma coisa trabalhosa de se colocar e de duvidade operacional.
Pois, se protegia mal a zona do agrião, vetava também também a saída tanto do número 1 e mais ainda a saída do número 2. Uma josta.
Aquele cinto de castidade sempre me inspirou pensamentos na tortura que devia ser uma estrumela daquelas aplicada nas esposas durante a idade média enquanto os maridos debandavam para as cruzadas.
Cinto comprado, fralda colocada, restava resguardar Djni, o que não foi tão complicado nos primeiros meses, onde a gente estava era bem isolado, mas cachorro tem um faro danado, logo, logo, aconteceu um desfile de vira-latas na porta de casa.
- Olha a Djni, fecha o portão.
- Da. Vilma, que todas as manhãs regava o jardim da frente, deve ter dados inúmeros banhos na cachorrada visitante. Inutilmente, um espantado, outro retornava.
NoivoMas um dia chegamos a conclusão ser importante a Djni ter uma ninhada e buscou-se um noivo. Através do veterinário (aquele mesmo) descobriu-se um macho Fox Terrier Paulistinha e fomos traze-lo. Combinou-se com o proprietário que a metade da ninhada seria dele, como pagamento pelos serviços prestados. !
- Tá vendo, Paulo Henrique, se fosse macho agora...
- Chega, chega, Paulo, acabou este assunto...
E o noivo foi trazido, trancado no banheiro de empregada a tarde toda e nada !
- E ai, perguntei, quando cheguei da Cobrapi.
- Os dois estão ai, nada aconteceu..
O nosso noivo demorou a concretizar o feito, não sei se a inexperiência dos dois atrapalhou, mas enfim a Mãe Natureza botou prá quebrar e tão logo se separaram, o noivo foi reconduzido a sua casa.
E a Djni ficou grávida, prenha se quiser e a gravidez dela super tranquila, se aproximava do parto. A gente tinha noção de quando ia ser, já estava preparado para isto, só não contava que não seria necessário dar um curso de mãe, a Djni soube resolver sozinha.
E foi assim, a Djni catou o pano dela, levou para o fundo da casa e lá os cachorrinhos começaram a nascer. Nasce de um e um, quando a gente pensa que acabou, aparece mais um.
E logo uma vigilante mamãe, rosnando para quem se aproximasse muito, estava cercada de uns punhados de ratinhos enrugados. Foram onze.
Tudo parecia tranquilo quando a notícia chega.
- Ela comeu um cachorrinho...
Ficamos horrorizados, anos depois descobrimos que isto é feito tanto para repor as energias gastas e escolhidos aqueles com menos possibilidades de sobrevivência, até para evitar que todos morram já que a quantidade de pontos de distribuição de leite é limitada.
Ninhada
Os pequenos foram crescendo e no nosso jardim uma verdadeia creche instalada.
Nesta época alguns vizinhos já tinham vindo pro bairro e era uma de romaria para ver os filhos da Djni.
E um dia A Djni começa a recusar os filhotes. Nossa empregada nos avisa sobre os dentes, os filhotes ficam com dentes e começam a morder a mãe. Hora do desmame.
Farta distribuição
O cara vem aqui, faz um serviço rápido e deixa a encrenca e as encrenquinhas para a gente resolver,
considerações filosóficas do mundo machista..
Hora de pagar a conta.
A ninhada havia sido equilibrada, equilibrado foi o pagamento, metade dos machinhos e metade das femeas, meio a contragosto o cara aceitou e colocou imediatamente a venda, na loja daquele veterinário.
Isso que a gente também devia ter feito, demoramos um ano para dar todos e, cada vez com mais dificuldades pois se vai agarrando aos bichinhos.
Depois a gente continua...
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