sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Djni e o roubo das bicicletas.

Em Itajubá, Minas, foi onde eu tive a minha primeira e única bicicleta e que me acompanhou durante os anos do curso. Eu comprei mais duas, não para mim.

Anteriormente a bicicleta fora do Luiz Astério, companheiro de república, que a perdera para mim no poker. Para Astério a bicicleta foi um bem superfluo, para mim se transformou num facilitador de vida. Ficava encostada num canto e era pouco usada.
Depois, algumas vezes tentei pagá-la de alguma maneira, mas Astério fora enfático.

- Dívida de jogo é dívida de jogo.

A magrela tinha o quadro rachado, entre o guidão e a transversal era amarrada com arame, coisa feia de se ver. Mas, andava.

A bicicleta rodou vários anos entre o Mercado e o Morro Chic, trajeto que a pé não é feito em menos de 20 minutos, já de bicicleta, 5 minutos. Foi muito útil.

Assim, ciente das maravilhas que se ter bicicletas, acabei comprando duas, uma sofisticada, Caloi 10, com dez marchas, para o Gustavo e uma mais simples para o Paulo Henrique.

A Caloi 10 foi motivo de preocupação, já de cara, primeiro por ser uma bicicleta capaz de desenvolver bastante velocidade e por permitir que o Gustavo saísse mais e (quase) desaparecesse.

Nosso bairro crescera, muitas casas sendo construídas e de manhã a chegada dos pedreiros das diversas obras era acompanhada por uma Djni atenta, latindo para uns e fazendo festas para outros.

Nossa casa estava deixando de ser isolada, haviam vizinhos a direita e a esquerda e agora as obras estavam adiantadas na casa do lote dos fundos.

Era um sobrado e os pedreiros estavam no andar de cima, de lá e durante todo o dia avistavam nosso quintal, devastando nossa intimidade. A gente guardava as bicicletas justamente na parte de trás da casa e lá um belo dia a Vilma me telefona para a Cobrapi.

- Roubaram as bicicletas
- O que ? não querendo acreditar de pronto.

A gente discute muito sobre o roubo. A conclusão que tiramos é que alguem havia se aproveitado da noite, invadido a obra que acontecia no lote de trás, escalado o muro (baixo) içado as bicicletas e saido pedalando. As duas tinham trancas, mas raramente ficavam trancadas.

- A Djni não latiu ! Mas a Djni não latiu, sinal que conhecia os ladrões.

E a gente acabou não fazendo queixa na Polícia, achamos que o obvio poderia não ser verdade e acusar sem provas os pedreiros uma injustiça.

Sentimos a perda da bicicleta do Paulo Henrique, por outro lado a perda da Caloi trouxera um pouco de sossego.
Uns anos depois, indo parar o Santo Agostinho, e rodando por ele na tentativa de achar um endereço, tenho por mim que acabei vendo um daqueles pedreiros e a bicicleta. Acho que ele me viu, sumiu rápido.

Depois a gente conta outras coisas.

2 comentários:

Metalica disse...

Pedalando com você...

E na vida se foram duas: uma em frente ao correio do Horto, quando Ipatinga ainda era uma vila e a outra, que o João bobeou.

Bom, agradeço a Deus a condição de poder tê-las comprado, e ao "usuário", que faça bom uso. Tenha bom proveito.

Ç

Roberto Santos disse...

Olá, Paulo!

Lamento sobre sua bicicleta, voce deve se sentir, mais ou menos, como eu que perdi o emprego na COBRAPI nos idos de 1990, por ocasião da privatização do (Des)Governo Collor; mas a mim tambem resta o alento de ser acionista da empresa, a qual tambem vejo de relance pelo site, e nada de informações sobre as referidas ações.Aliás, acho que me sinto mais como sua bicicleta...