terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O ano está acabando....

Vejo no noticiário:
- LONDRES - O ano que vem será um dos cinco mais quentes já registrados, disseram cientistas climáticos britânicos na terça-feira. A temperatura média mundial de 2009 deverá ficar 0,4 grau Celsius acima da média de longo prazo, apesar do resfriamento contínuo de grandes áreas do Oceano Pacífico, um fenômeno conhecido com La Niña. ...... Atualmente, o ano mais quente já registrado foi 1998,....... ......

Pois teve tanta chuva, não sei se a chuva foi maior do que anos atrás ou se choveu muito onde, até então, não havia gente. Mortes e dramas sociais em Santa Catarina e em Minas. E, pelo que falam as previsões, 2009 será pior. Aguardemos.

Meu balanço de 2008 :

Eu não teria grandes queixas do ano que se vai, exceto que não consegui emagrecer.
A primeira metade do ano foi dedicada ao tratamento de cancer da próstata e com sucesso, ainda bem. Efeito colateral, segundo um dos médicos seria ter engordado, dado a baixa de testosterona que é provocada para obrigar a regressão do cancer.
Foi o que o médico me falou, a testosterona alimenta o cancer, você a remove e o cancer cede, disse, simplificando a coisa. E te dando vários quilos a mais.

Diferentemente da remoção da próstata, o tratamento de hormonoterapia permite o ressurgimento hormonal, mas, evidentemente, cercado de cuidados, exames periódicos devem serem feitos, faz parte do pacote de viver mais. Nos antigamente as pessoas não tinham canceres de próstata ou do colo do útero por que morriam antes de aparecerem os problemas. Eles dizem que 70% das pessoas com 70 anos tem, tiveram ou terão cancer.

Voltando ao balanço do ano, da segunda metade para cá foi muito boa para mim, retomei meu contacto com o pessoal da Cassino em Ouro Preto, viajei à Ouro Preto, como consequencia retomei meu hobby de muitos anos, a fotografia, o excesso de peso me obriga a uma caminhada quase diária, oportunidade de 'descançar' a mioleira, nem cansada está, a aposentadoria a gente faz malabarismos para viver dentro dos limites....

Posso dizer que agora estou aprendendo a fotografar, mas ainda estou no primário, mas chego lá.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Renovei a minha CNH (carteira de motorista)


A minha carteira de motorista (ou CNH, como o Detran apelida) vencia agora dia 28/12/08.
Para minha infelicidade eu sou um cara muuuito certinho e não poderia rodar por ai com carteira vencida.
A renovação da carteira começou, de fato, a coisa de dois meses quando fui fazer nova consulta dos zóios. Uso óculos desde os 7 anos de idade, quase não sei o que é o mundo estando de cara lavada.
Uma pessoa que eu admirava era o papa João Paulo II que, na idade que estava conseguia ler e ver sem óculos, mas que inveja.
Como eu e óculos são uma coisa só, fiz nova consulta e tive a ousadia de mandar fazer a receita poucos dias antes. De fato, eu só trocaria a lente esquerda, a direita ainda permanecia, não foi modificada.
Bom, sendo necessário refazer a CNH, vamos ao PoupaTempo eas 10h da matina, ao abrir, estava eu lá.( se existe alguma coisa que FUNCIONA na burocracia deste país se chama POUPATEMPO).
No primeiro dia foi apenas reconhecer o terreno, peguei um folhetinho que me dava tudo o que eu tinha de arrebanhar: foto, conta de alguma coisa(endereço), a CNH velha e mais R$80, aproximadamente.
Foto eu tirei no Shoping Colinas (onde está o PoupaTempo) e pela módica importância de R$7,00 meia hora depois estava de posse de 4 fotinhos novas em folha, mostrando o Paulo de hoje.
No dia seguinte, mesmas 10h da manhã, eu estava lá e graças a cortesia da minha idade, em 5 minutos eu estava sentado na frente de gentil moça que pegou meus documentos e redigitou os dados.
- Confere, perguntou ela
- Não, aqui está Santos, eu moro em São José dos Campos.
- Bom, aqui a gente não consegue alterar estes dados, o senhor terá de ir a Ciretran.
- E onde é a Ciretran
- Perto da Igreja São José - respondeu a moça e me deu o endereço.
Lá vou eu até a Ciretran, de carro. Mas quem consegue estacionar carro no centro de São José dos Campos ? Acabei achando um estacionamento, tão longe que quase me pergunto se não seria melhor ter deixado o carro onde moro e ido de ônibus.
Paciência.
Chego na Ciretran, uma fila colossal, fico até meio baratinado com o tamanho da fila. Ouço alguém comentando que eles tinham deixado de distribuir senhas já que o sistema (deles) estava fora do ar. Resolvo tomar coragem e subir até chegar num salão enorme, cheio de gente. Um atendente me deu uma senha de terceira idade (sempre peço a senha de terceira idade, custei prá chegar nela) mas ai vejo um senhor recostado e lhe pergunto o que poderia ser feito para resolver o meu problema, trocar a cidade que aparece na minha carteira de motorista de Santos para São José dos Campos. Prontamente ele pega os dados da CNH e retorna uns 5 minutos depois.
- Está feito,
- Muito obrigado, e saio, pensando que tinha sido rápido ( para mim, com um certo sentimento de culpa, vendo as filas enormes e pessoas que iriam esperar horas)
Almoço e descanso.
Volto ao PoupaTempo, entro novamente na fila de pegar senha e logo depois vou ser atendido, desta vez por um rapaz,(era o único homem, todas as demais atendentes, mulheres)
Exibo novamente a minha CNH velha, minhas fotinhos e meu comprovante de endereço.
Sem percalços, recebo uma senha para pagar os quase 80 reais que custam o exame e a nova carteira.
O banco é a Nossa Caixa. Lá, pelo folhetinho poderia ser usado cartão de débito desde que fosse filiado ao Banco 24h. O meu é, sigo confiante.
Bato no caixa, que me diz:
- Moço (todos me chamam de moço, até agora ninguém me chamou de velho)
- Moço, nosso sistema não está se comunicando com o Banco 24h, mas o senhor pode ir ali fora que existe um caixa eletrônico, etc etc
Saio do PoupaTempo e acho o caixa eletrônico. Na tela dele a mensagem "Temporariamente fora, aguarde retorno". Espero uns minutos e nada.
Volto ao Poupatempo.
- O senhor pode pagar amanhã, mas avise que os documentos são de ontem...
Saio do Poupatempo, passo no Caixa Eletronico, que voltou a funcionar.
São 2 mulheres na minha frente, uma delas em operação bancária complicada e demorada.
Dez minutos em pé e consigo retirar os R$80. Volto ao PoupaTempo.
Pago e recebo o recibo, de posso do recibo volto a fila do Detran e recebo a senha do exame médico.
Cinco minutos depois estou sendo examinado. Agora os exames são modernos, olho numa espécie de microscópio de mesa e lá no fiundo aparecem os famosos letreiros
- efe, ge, tê, agá, leio.
- idem, outro olho.
- teste de ofuscamento. Tudo fica branco e pergunta
- que letra
- vê
A médica pede para mim apertar uma tesoura . aperto. outra mão. aperto.
- fique em pé, levante o pé direito e gire.
- agora o esquerdo e gire.
- levante os braços e faça isto e isto . Igual um sinaleiro.

O senhor pode ir e voltar em 4 horas para pegar a nova CNH
As sete da noite eu estava de posse da minha nova CNH, válida até 11.12.2011.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A última folha de jornal.

O New York Times, o jornal mais famoso e conceituado dos USA e do Mundo, está em dificuldade. Motivo : Queda na venda.
Poucos dias atrás a Folha de S. Paulo, pelo seu jornalista Clovis Rossi comentou o assunto (NYT).

Em função do que escreveu Clovis, mandei o email abaixo.

Clovis, bom dia.

Acho que os últimos jornais impressos que comprei regularmente foram antes de ser assinante do UOL, coisa de uns 10 anos atrás.
De lá prá cá, nas poucas viagens que faço de ônibus ocasionalmente compro um jornal para ler, mas sempre levo um livro.

Não sei se está fazendo uma enquete, mas no meu caso, impresso, só livros.
Mandei um e-mail ontem à Veja propondo um esquema similar ao do UOL, não sei quando as revistas irão acordar para o fato de que a internet avança bem rápido no Brasil e o destino da informação impressa terá de ser repensado.

e Clovis me respondeu desta forma:


OK, cada um faz o que quiser fazer para se informar. Mas acho que você está perdendo. Abs. Rossi.


-----------
Não estou perdendo, não. Jornais aqui em casa representariam um problema após lidos, nós não temos espaço disponível para armazenar mais que uma semana de jornais velhos.

Na coleta seletiva que é adotada no meu prédio, com uma boa participação dos condóminos, cada vez mais vejo menos jornais velhos no lixo.

A Globo exibiu matéria sobre os catadores de lixo, que recebiam 5 reais por uma carrocinha e hoje tem dificuldades de vendar ( e de coletar ) a 2 reais.

Seria, realmente, o fim dos jornais impressos que começa a dar primeiros sinais ?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Djni se foi.

Eu sabia, quando comecei a escrever sobre a Djni, que teria de escrever sobre isto.

Memória.

Eu tenho uma memória muito boa, mas entendamos isto. Minha memória é ótima para fatos ocorridos comigo, com as pessoas que eu gosto e as situações vividas. Tenho também boa memória para as minhas fotos, mas a minha memória funciona mal para datas.

Por isto fico em dúvida se a Djni ficou conosco por 9 ou 10 anos, de qualquer maneira ela se foi jovem, para uma cadela pequena a expectativa seria de 13 anos, se humana fosse teria então uns 60 anos. Isto foi a coisa de 20 anos, aproximadamente.

Dõe muito escrever, mas vamos lá, eu voltava da Cobrapi para o almoço, a Vilma regava a frente da casa e a Djni estava lá dentro, só que a Vilma não se deu conta que não havia fechado o portãozinho.

Djni ouviu o carro chegar e saiu apavorada, em festa, para me receber.

Nosso azar é que, dentro do quase inexistente transito do Jardim Normandia, uma Kombi escolar, a mesma que anos antes pegava o Paulo Henrique para a Escola, a Kombi estava passando. Eu não sei se ele teria condições de frear, mas agora, discutir isto....

Anos depois, vinte anos depois, a cena se repete na minha cabeça, eu a 20 metros de casa, a Kombi passando, a Djni estirada no chão. Eu saindo desesperado do carro.

Coitada, deve ter sofrido muito, a Kombi passou sobre a espinha. Eu parei o carro na rua, a Vilma não tinha visto ainda, gritei, corri para a Djni e recebi o último agrado dela, coitada, ainda teve forças de lamber a minha mão. E só.

Enterramos a Djni num lote nos fundos, choramos muito, O Gustavo, Vilma, eu, nossa empregada, vizinhos, triste.

Triste ainda foi telefonar para o Paulo Henrique, que estava estudando em Campinas e não se comentar nada.
Mas um dia ele veio em casa. Fui esperá-lo na Rodoviária, como habito e ainda consegui não contar nada.
Duro foi ver o Paulo Henrique, mal descido do carro, chamar a Djni.
Não se conformou.

Eu estava e ainda continuo tentando achar uma foto onde o Paulo Henrique passeia com a Djni lá no Jardim Normandia, quem sabe lá em cima ele continua passeando com a Djni e o Gustavo arranjou um paninho para brincar com ela.

Difícil escrever sobre, mais difícil relembrar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A montanha dos 7 abutres e as enchentes de Santa Catarina.


Este Filme é de 1951, e é um clássico: .Um repórter entediado em um busca de uma grande matéria a descobre quando, por acaso, fica sabendo de um homem que ficou preso em uma montanha ao procurar relíquias. Com Kirk Douglas no elenco.

Albuquerque, Novo México. O repórter veterano Charles Tatum (Kirk Douglas) foi despedido de 11 jornais, por 11 razões diversas. Ele está sem dinheiro, então pede a Jacob Q. Boot (Porter Hall), o dono do jornal local, que lhe dê um emprego e consegue. Seu plano era trabalhar ali no máximo dois meses, mas após um ano não surgiu nenhuma boa oportunidade nem aconteceu nada bem interessante que rendesse uma boa matéria. Tatum sente-se totalmente entediado e sem motivação, então recebe ordem para cobrir uma corrida de cascavéis. Aparentemente seria outra matéria sem o menor atrativo, mas ruma para o local acompanhado por Herbie Cook (Robert Arthur), um misto de auxiliar, motorista e fotógrafo. No meio do caminho param para abastecer o carro e Tatum acaba descobrindo que Leo Minosa (Richard Benedict) ficou preso em uma mina quando procurava por "relíquias indígenas". Tatum sente que esta reportagem pode ser a chance que ele esperava, mas para isto precisa ter controle da situação. Ele transforma o resgate de Leo em um assunto nacional, atraindo milhares de curiosos, cinegrafistas de noticiários e comentaristas de rádio, além de forçar Lorraine (Jan Sterling), a mulher de Leo, a se fazer passar como uma esposa arrasada. Na verdade ela ia abandonar Leo neste trágico momento, mas Tatum a fez ver que ela iria ganhar um bom dinheiro na sua lanchonete quando as pessoas chegassem para ver o acontecia. Para prolongar o circo Tatum reduz deliberadamente a velocidade do resgate de Leo, pois o ideal é que ele que preso por seis dias e não apenas por algumas horas.

Recebido a pontapés por crítica e público, na época do lançamento original, "A Montanha dos Sete Abutres" acabou por se tornar um clássico sobre ética e Jornalismo. O filme ocupa um lugar pioneiro na longa linhagem de obras que versam sobre a falta de escrúpulos da imprensa, sempre pronta a explorar uma tragédia em busca de audiência.
Algumas das reflexões de Charles Tatum (Kirk Douglas), o jornalista canalha que descobre um humilde mineiro soterrado numa mina e atrasa propositalmente o resgate para poder criar uma comoção nacional em torno do caso, são proféticas. "Um homem preso numa mina é melhor do que 84. Você lê sobre 84 pessoas, ou sobre um milhão, como na fome da China, e esquece. Mas um homem é diferente: você quer saber tudo sobre ele".


O nome do filme em inglês é mais direto, poderia ser traduzido como " Às num buraco", já que representa a salvação profissional de Tatum, que liga a mínima para o mineiro. Quando se deram conta que a situação de Santa Catarina era feia, os meios de comunicação passaram a duelar para conquistar a melhor audiência. Fico até pensando se nestas coberturas a ética também ficou soterrada.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Djni e o roubo das bicicletas.

Em Itajubá, Minas, foi onde eu tive a minha primeira e única bicicleta e que me acompanhou durante os anos do curso. Eu comprei mais duas, não para mim.

Anteriormente a bicicleta fora do Luiz Astério, companheiro de república, que a perdera para mim no poker. Para Astério a bicicleta foi um bem superfluo, para mim se transformou num facilitador de vida. Ficava encostada num canto e era pouco usada.
Depois, algumas vezes tentei pagá-la de alguma maneira, mas Astério fora enfático.

- Dívida de jogo é dívida de jogo.

A magrela tinha o quadro rachado, entre o guidão e a transversal era amarrada com arame, coisa feia de se ver. Mas, andava.

A bicicleta rodou vários anos entre o Mercado e o Morro Chic, trajeto que a pé não é feito em menos de 20 minutos, já de bicicleta, 5 minutos. Foi muito útil.

Assim, ciente das maravilhas que se ter bicicletas, acabei comprando duas, uma sofisticada, Caloi 10, com dez marchas, para o Gustavo e uma mais simples para o Paulo Henrique.

A Caloi 10 foi motivo de preocupação, já de cara, primeiro por ser uma bicicleta capaz de desenvolver bastante velocidade e por permitir que o Gustavo saísse mais e (quase) desaparecesse.

Nosso bairro crescera, muitas casas sendo construídas e de manhã a chegada dos pedreiros das diversas obras era acompanhada por uma Djni atenta, latindo para uns e fazendo festas para outros.

Nossa casa estava deixando de ser isolada, haviam vizinhos a direita e a esquerda e agora as obras estavam adiantadas na casa do lote dos fundos.

Era um sobrado e os pedreiros estavam no andar de cima, de lá e durante todo o dia avistavam nosso quintal, devastando nossa intimidade. A gente guardava as bicicletas justamente na parte de trás da casa e lá um belo dia a Vilma me telefona para a Cobrapi.

- Roubaram as bicicletas
- O que ? não querendo acreditar de pronto.

A gente discute muito sobre o roubo. A conclusão que tiramos é que alguem havia se aproveitado da noite, invadido a obra que acontecia no lote de trás, escalado o muro (baixo) içado as bicicletas e saido pedalando. As duas tinham trancas, mas raramente ficavam trancadas.

- A Djni não latiu ! Mas a Djni não latiu, sinal que conhecia os ladrões.

E a gente acabou não fazendo queixa na Polícia, achamos que o obvio poderia não ser verdade e acusar sem provas os pedreiros uma injustiça.

Sentimos a perda da bicicleta do Paulo Henrique, por outro lado a perda da Caloi trouxera um pouco de sossego.
Uns anos depois, indo parar o Santo Agostinho, e rodando por ele na tentativa de achar um endereço, tenho por mim que acabei vendo um daqueles pedreiros e a bicicleta. Acho que ele me viu, sumiu rápido.

Depois a gente conta outras coisas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bolsa de mulher


Estava iniciando minha caminhada diária, na minha frente ia uma mulher comum com uma bolsa comum dependurada no ombro. Esta cena comum acabou por me chamar a atenção e aproveitei minha caminhada para um levantamento científico:
- Quantas mulheres eu iria encontrar durante a minha hora de caminhada e que não estivessem com bolsas dependuradas no ombro ?

Poucas, foram as que encontrei.

Velhas, novas, ricas, classe média, até uma freirinha. de bolsa. Sem, só encontrei duas teens, que carregavam somente a sua juventude.

Das conclusões que eu tirei:

1. A bolsa é um artefato atávico, isto é, um utensílio que vem impregnado no DNA, então carregado pelas mulheres das cavernas e que ainda hoje, faz parte do dia a dia delas. Servia para transportar frutos e achados encontrados ao longo da jornada. Ainda servem exatamente para isto.

2. A bolsa é o segundo item de desejo de uma mulher, o primeiro, sapato, faz da mulher, no dizer de um amigo, centopeias. E a bolsa serve para carregar coisas e bolsas. Pelo menos da minha mulher, dentro da bolsa vão várias bolsas: de dinheiro, de chaves, de remédios, de documentos, etc. Esse troca troca de bolsas já fez minha mulher pagar micos e levar sustos. Não aprende e sustenta que - são coisas de mulher !

3. As bolsas se dividem em pesadas, muito pesadas e extra-pesadas. E repare que não há, na coluna vertebral delas, nenhuma deformação da vertical pelo uso. Anos e anos fizeram correções de curso, desafiando a matemática dos vetores que diz que uma carga aplicada a esquerda provoca um desalinhamento a direita, para compensar. Isto ocorre em barcos, mas não existe, se for de bolsa.

4. Para atender ao tópico da igualdade dos sexos já existe uma pequena fração de homens que começam a carregar bolsas, mas são lap-tops ou notebooks, a contaminação quase se limita a este item. Ah, seria preconceituoso afirmar que denuncia uma opção sexual....

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Djni é mamãe.





Mocinha


De repente a gente olha no piso da área da cozinha e aparece uma mancha de sangue:
- Olha lá, Vilma, a Djni ficou mocinha...
- É, agora acabou o sossego!

Djni teve duas ninhadas, a primeira, que eu conto a seguir, foi desejada, a segunda fruto das nossas distrações e da escapada do cachorro da vizinha, anos depois.

Uma das minhas preocupações de se ter escolhido uma fêmea começava a ficar patente. Como primeira providência compramos uma fralda para a Djni e aliada a esta fralda uma espécie de cinto da castidade cachorral, uma coisa trabalhosa de se colocar e de duvidade operacional.
Pois, se protegia mal a zona do agrião, vetava também também a saída tanto do número 1 e mais ainda a saída do número 2. Uma josta.

Aquele cinto de castidade sempre me inspirou pensamentos na tortura que devia ser uma estrumela daquelas aplicada nas esposas durante a idade média enquanto os maridos debandavam para as cruzadas.

Cinto comprado, fralda colocada, restava resguardar Djni, o que não foi tão complicado nos primeiros meses, onde a gente estava era bem isolado, mas cachorro tem um faro danado, logo, logo, aconteceu um desfile de vira-latas na porta de casa.

- Olha a Djni, fecha o portão.

- Da. Vilma, que todas as manhãs regava o jardim da frente, deve ter dados inúmeros banhos na cachorrada visitante. Inutilmente, um espantado, outro retornava.


Noivo
Mas um dia chegamos a conclusão ser importante a Djni ter uma ninhada e buscou-se um noivo. Através do veterinário (aquele mesmo) descobriu-se um macho Fox Terrier Paulistinha e fomos traze-lo. Combinou-se com o proprietário que a metade da ninhada seria dele, como pagamento pelos serviços prestados. !
- Tá vendo, Paulo Henrique, se fosse macho agora...
- Chega, chega, Paulo, acabou este assunto...
E o noivo foi trazido, trancado no banheiro de empregada a tarde toda e nada !
- E ai, perguntei, quando cheguei da Cobrapi.
- Os dois estão ai, nada aconteceu..

O nosso noivo demorou a concretizar o feito, não sei se a inexperiência dos dois atrapalhou, mas enfim a Mãe Natureza botou prá quebrar e tão logo se separaram, o noivo foi reconduzido a sua casa.

E a Djni ficou grávida, prenha se quiser e a gravidez dela super tranquila, se aproximava do parto. A gente tinha noção de quando ia ser, já estava preparado para isto, só não contava que não seria necessário dar um curso de mãe, a Djni soube resolver sozinha.

E foi assim, a Djni catou o pano dela, levou para o fundo da casa e lá os cachorrinhos começaram a nascer. Nasce de um e um, quando a gente pensa que acabou, aparece mais um.
E logo uma vigilante mamãe, rosnando para quem se aproximasse muito, estava cercada de uns punhados de ratinhos enrugados. Foram onze.

Tudo parecia tranquilo quando a notícia chega.
- Ela comeu um cachorrinho...
Ficamos horrorizados, anos depois descobrimos que isto é feito tanto para repor as energias gastas e escolhidos aqueles com menos possibilidades de sobrevivência, até para evitar que todos morram já que a quantidade de pontos de distribuição de leite é limitada.



Ninhada

Os pequenos foram crescendo e no nosso jardim uma verdadeia creche instalada.
Nesta época alguns vizinhos já tinham vindo pro bairro e era uma de romaria para ver os filhos da Djni.
E um dia A Djni começa a recusar os filhotes. Nossa empregada nos avisa sobre os dentes, os filhotes ficam com dentes e começam a morder a mãe. Hora do desmame.

Farta distribuição


O cara vem aqui, faz um serviço rápido e deixa a encrenca e as encrenquinhas para a gente resolver,
considerações filosóficas do mundo machista..




Hora de pagar a conta.

A ninhada havia sido equilibrada, equilibrado foi o pagamento, metade dos machinhos e metade das femeas, meio a contragosto o cara aceitou e colocou imediatamente a venda, na loja daquele veterinário.

Isso que a gente também devia ter feito, demoramos um ano para dar todos e, cada vez com mais dificuldades pois se vai agarrando aos bichinhos.


Depois a gente continua...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Djni vai ao veterinário

Um mês de casa fazia a Djni e a necessidade brotou na nossa cabeça:

- Vacina, ela tem de tomar vacinas. Vamos ter de achar um veterinário..

Eramos então pioneiros no bairro, não havia ninguém para trocar idéias, o único vizinho disponível ainda era meio distante, reservado, nossos conhecidos do dia a dia haviam ficado na 44, de onde a gente havia saído para o Jardim Normândia.
Vilma lembrou de telefonar para Da. Zilú, vizinha da esquerda (lá, 44), que tinha dois cachorros grandes, negros e mal-humorados. Daqui a pouco tinha um endereço anotado.







Vamos lá, Paulo Henrique., pega a Djni. Djni ouviu, parce que entendeu pois começou a tremer, como se estivesse muito frio.
- Ela não quer ir, pai.
- Não tem esta história não, é para o bem dela !

Minha vida toda aprendi que cachorros não falam portugues, mas, tem momentos que é nitido que eles percebem um movimento diferente da rotina. E ficam com medo.
O animalzinho tremendo estava, mais tremendo continuou quando entrou no carro, em ganidos pungentes, que aumentaram quando dei partida no carro.

Nem bem tinha descido o Jardim Normândia, quando ouvi:

- Ela fez xixi aqui, acho que está marcando território.
-É de medo, está assustada, coitada, - diz minha mulher, eu já pensando em ter de conviver com mais cheiro de xixi de cachorro, no carro.

Ela só entrou de novo no carro, em outra ocasião, uma única vez e também para ir ao veterinário.

O veterinário ficava numa travessa da Paulo de Frontin, quase na ponte que liga a vila ao bairro Niteroi. Era uma casa velha, via-se que era construção de antes da Usina, onde um
quintal com uma clínica nos fundos, uma placa de madeira mal pintada anunciava Dr. Fulano,Veterinário.
Volta Redonda naquela época não era um lugar de coisas amplas, limpas e bem cuidadas, a maioria era suja com aparência de bicos mal organizados, mas aquela ali deu vontade de fazer o retorno e sair de novo.

Uma mulher sai, pergunta o que a gente quer .

- Vacinas e quero que o dr. veja se a cadelinha está com boa saúde.
- Custa tanto, - um valor até modesto, pensei.

- Tá certo, a gente aguarda.
Não demora e surge o veterinário, barba por fazer, dentro de uma roupa que havia sido branca há dias.
Se a Djni havia tido uma reação de desgosto, agora estava pior. De certo o veterinário carregava em si todos os odores de todos os bichos tratados na semana.

- Peço desculpas mas eu estava ajudando no banho de um rottweiller.
- Voces vão fazer vacinas, né, traga ela aqui e menino, segura ela se não eu posso ser mordido.
- Eu não sou segurar, não quero olhar.
-Eu seguro então, respondi, me dando conta que, dai prá frente, todos os pepinos de Djni seriam resolvidos por mim ou pela d.Vilma . Vacina dada, Djni examinada, o retorno foi tranquilo.


== ==





Aqueles dois objetos encostados na entrada da cozinha são os meus chinelos, tamanho 36 e por este tamanho de chinelo dá para perceber como era pequena a Djni. A gente a carregava com uma mão.

Mais daqui a pouco escrevo mais .

sábado, 22 de novembro de 2008

O Pano da Djni


Fazia parte do Manual de Operações Domésticas que da. Vilma passava às empregadas novas o detalhamento de como proceder com relação à Djni,(água, comida, portão) mas o ponto chave era o Pano da Djni.

O pano havia sido uma toalha de rosto quando foi usado para evitar o frio do piso no banheiro de empregada, onde a Djini dormia e onde era trancada sempre que entravam entregadores de gás, pedreiros, estranhos enfim, em casa. Cachorro, mesmo pequeno, se sente no dever de proteger o seu e nosso território. Mas nunca mordeu ninguém.

- Mas eu não posso usar o banheiro ? - era a pergunta de praxe seguida da resposta de praxe:

- Claro que pode, mas quanto usar o vaso, o chuveiro, ela só entra a noite para dormir e se for tomar banho deixe o Pano da Djni aqui fora, ela mesma leva de volta, depois.

A principal função do Pano não era ser cama, era de ser o brinquedo predileto entre ela e o Gustavo.


Quando o Gustavo chegava da rua o Pano era trazido e ela se deitava em cima, aos pés do menino e era a deixa para que ele puxasse as pontas, em seguida a Djni puxava de volta, Gustavo puxava um pouquinho mais e assim as coisas iam num crescendo a lá Dança do Sabre, terminando com a Djni abocanada ferozmente no Pano e sendo rodada, os dois rindo a beça e da. Vilma falando:

-Cuidado com ela!

Mas não era sempre que acontecia a brincadeira, às vezes o Gustavo não estava afim, o que levava a tentativa do Paulo Henrique de intervir a favor.
- Oce não está vendo, Gustavo, como ela está esmolando para brincar?
E a situação piorava, ai que não saia mais nada e a Djni, aborrecida, saia arrastando o Pano prá algum canto.
Mordido, encardido, esfiapado, farrapo puro o que fora uma toalha de mão, não podia ser lavado. Um dos primeiros panos havia sido lavado e seco, mas para ser recusado em devinitivo, até que entre outros panos que serviam de cama um deles fosse eleito baseados em critérios nunca por nós sabidos, o pano da Djni.

Daqui mais a gente continua.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Djni e o dia a dia.


Minha mulher sempre me dizia que ficava sabendo que a gente estava chegando em casa pelo comportamento da Djni.

Ela avisava.

Eu saia da COBRAPI por volta das 11:50, mas um dia lá e outro atrasava dez, quinze minutos por conta de uma reunião. Almoçava e como o horário não só permitia, mas incentivava, tirava um cochilo para retornar às 14:00h.

Da.Vilma, boa dona de casa a moda mineira, tinha (tem) entre seus credos que marido merece uma comidinha quentinha na mesa ao chegar do serviço, e para isto ficava atenta na Djni, que ouvia e reconhecia o barulho do meu carro muito antes dela ouvir.

As empregadas, "secretárias", também sabiam disto.

- Oh, "seu" Paulo está chegando, gritava a "secretária".

E quando eu entrava em casa a mesa estava terminando de ser posta.

-Tratar bem do meu marido, dizia a Vilma para sua "secretária".

A Djni fazia aquela festa quando eu chegava, pula daqui, é bom chegar com festa em casa, né?
Tempos bons, bons tempos.....

A festa era igual para o Paulo Henrique e para o Gustavo, quando também retornavam de suas escolas, eles que saiam e voltavam de Kombis Escolares, já que na medida que o bairro ia se povoando iam tambem se enchendo de crianças e de um bom movimento de Kombis.

Não é que a Djni reconhecia o barulho de cada uma das Kombis deles ?

Mesmo sabendo que os animais tem estes sentidos mais aguçados, fico mais na linha de que cuidar de nós seria uma das responsabilidades auto assumidas pela Djni, que era feliz conosco tanto quanto nós eramos felizes com ela.

Sábado, domingos de sol eu me sentava no quntal, lendo livro, jornal, a Djni chegava, fazia a festa, eu fazia a festa, depois ela se deitava ao meu lado, mas não era um deitar simples, era um deitar complicado, composto de protocolos e voltinhas, até hoje eu me lembro, rodava voltas igual peão, sempre no sentido horário até alguma coisa acontecer e ela desabar cara enfiada na perna. Pior que o número de voltinhas era indeterminado.

Quando eu parava de ler, ela parecia se dar conta e vinha fazer outra festa. Outra rodada para se deitar...

Djni tinha com da. Vilma uma relação cordial, amigável, sem fricotes poderia dizer, afinal, as duas eram zeladoras dos mesmos homens.

E tem a Estoria do Pano da Djni.

Até mais, logo a gente se vê de novo!

A máquina dos paaans, poooons, ffiiiiiiiiiiiiiii

Coisa estranha, você deitado naquela mesa, calças arriadas no limite da decência, marcado nos quadris e na barriga com Xs ( "não deixe apagar as marcas durante o banho") igual um bezerro, ou uma vaca, posicionado um mm para cima, um mm para baixo e em seguida,o atendente se afastando para trás da parede de chumbo e acionando .
O cabeçote da máquina gira, um minuto de um indolor Pãããããããã
e isto se repete mais 5 vezes, até o giro completo, como se espetando 6 raios numa melancia, 0, 45, 90 graus....Põõõõõõõõõõõõõõ
Em cada posição um som mais agudo ou mais grave, mais segundos, menos segundos.
A próstata está sendo bombardeada.

E não só ela, bexiga, rins, enfim, o entorno também. Preocupação com que possa acontecer no entorno, na bexiga, nEle, etc, não haverá problemas, dissem.
Uns 10 minutos e estou fora,até amanhã!

38 sessões, 38 idas na sala, voce tem horário para chegar, mas não tem horário para sair, em São José dos Campos estão duas máquinas, quando uma quebra os pacientes são deslocados para a outra, além de que sempre estão chegando novos pacientes e que são mapeados pela mesma máquina, enfim, paciência.

A professora do estado está de 6 meses de licença, ela vem todos os dias de uma cidade próxima e é a que me antecede uma boa parte do tratamento, a senhora idosa que faz o tratamento pagando do próprio bolso, sem convênio, é a que me sucede.
Algum dias de convívio fico sabendo do que teve de fazer a família da idosa para juntar 10.000, sendo 6.000 para a radiologia, 4.000 para a quimioteratia.
Vender um lote, foi o que fizeram!

Não tenho lote para vender, que sorte a minha ter convênio !

De tantas em tantas sessões ainda tem o papo com o radioterapeuta. Dar e receber notícias, no meu caso nada de tão dramático, mas a gente via isto, como o do fazendeiro de chapeu de palha que vinha acompanhado de uma neta e que estava com cancer de pele, um dos mais agressivos e fulminantes e que se recusou, uma certa hora, a continuar o tratamento, pois estava atrapalhando os seus serviços de lavoura e gado;


É um lugar para se ver disto, e não é bom!

Como tudo na vida tem o lado positivo, li, aguardando estas 38 sessões, uns 4 livros, eh, eh,

E eu espero, torço, que todos os que aqui lerem, homens e mulheres, tomem os seus caminhos de cuidados, neles a próstata, pele, nelas pele, ovário e mamas também devem ser observados.

E eu estou de alta agora, mas uma altavigiada, tenho um calendário de exames de acompanhamento até o encerramento do meu prazo de validade.

Outra hora eu falo da quimioterapia.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Djni, a iniciação.



Não, não vou falar da iniciação da Djni, mas da iniciação nossa. Ter um cachorro é complicado, pois ele, igualzinho a você, a nós enfim, tem manias, fica doente, faz xixi, também faz o número Dois.
E muda a rotina da casa.

Quem dormiu melhor naquela primeira noite da Djni, foi aDjni e talvez o Gustavo.

Paulo Henrique, excitadíssimo com o Pet, ia do quarto dele para a cozinha, na cozinha acendia, apagava luz, acordava a mãe que me acordava, barulho que acordava o Gustavo. Um frege.

O dia seguinte já levanto para o fazer o café e ir trabalhar, dou de topo com o Paulo Henrique, sentado no chão da cozinha, Djni no colo.
- Você não dormiu, menino ?... resmungos, resposta.
Jornalada esparramada no chão, umas molhadas de pouquinho, xixi no piso. O número dois estava na caixa, bom lugar.
- A sua mãe que vai adorar isto .... mais resmungos.

Fiz o café, tomei, botei a roupa, chave do carro, abre porta, fecha porta, abre portão, tira carro, fecha portão, direção COBRAPI, me envolvia nos meus problemas de serviço.... bem mais fáceis de se administrar.

Minha casa no Normândia, nome do Bairro, era de centro de terreno, a direita a garagem, a esquerda um portão de serviço, que abria para a área de serviço, um jardim interno, fundos da casa, a lavanderia com um muro divisório para a garagem.

Este pedacinho de minha casa, que ia do portão de serviço até a lavanderia ficou sendo o território da Djni, supervisionado por ela e de onde em poucas madrugadas latia e já nos preocupava.

A gente podia atravessar, pela cozinha e pela sala de jantar, da garagem até a área de serviço. A gente, sim, Djni não.

Na sala de jantar uma porta de vidro, de correr, abria para a garagem.
Durante o dia a casa permanecia com esta porta aberta e com a porta da cozinha aberta,
- para ventilar, dizia a Vilma.

E a Djni sempre foi muito educadinha, ela não atravessava o território proibido, não ia da área de serviço para a garagem por ali, se o portão de serviço dava uma trabalhosa volta, chegava na garagem, olhava, voltava, área de serviço, uma brincadeira, um foguete.

A linha de fronteira ficava a um meio metro da porta da cozinha, as vezes mostrava a cara para saber do andamento da comida.

Exceto nas noites de trovão bravo, ai não tinha jeito, invadia a sala de tv e se enroscava nos meus pés, me olhandocom aquela cara de pelamordedeuseuvouficar.
E ficava, até São Pedro acabar a mudança.


Amanhã a gente continua.

Djni - A primeira noite.


- Pára, Paulo Henrique, pára ! Você está sufocando ela, grita Vilma,a mãe, inconformada com o anda-prá-cá, anda-prá-lá do menino, segurando no peito a cadelinha.

No nosso banheiro de fora,ou banheiro de empregada, pouco usado, fora colocados folhas de jornal, a bacia com água, outra com ração e uma caixa grande de sapatos, mas facilmente pulável pela Djni, o que aconteceu em poucos segundos. Djni ainda estava meio perdidona, fora retirada da segurança da sua galoia e da presença dos seus irmãos para aquele lugar "imenso", uns três passinhos se saia da porta do banheiro para o mundo, mundo que foi dela, o quintal de nossa casa.

Anoiteceu, hora das crianças entrarem e de trancar a porta do banheiro onde ela ficaria segura e confortável, para passar a noite.

- Mas ela vai dormir do lado de fora ? reclamou o menino.
-Ue,vai sim, ela tem de tomar conta da casa, prá isto que a gente a comprou, vai aprendendo, uai, disse eu, jogando uma responsabilidade de todo o tamanho naquele montinho de pelos, não maior do que um melão.

Fala daqui, fala de lá, chegamos ao que o americano chama de "compromise", um acordo em que os dois lados não sabem que perderam, mas, paciência.

E a Djni foi colocada para dormir na cozinha, dentro da caixa, em cima dos jornais, vazilha de água, vazilha de ração, sob a supervisão atenta de seu dono. Atenta e chata, diga-se.

- Não tem caixa maior? eu perguntei.
- Não, não tem não.
- Ela não vai parar dentro da caixa, Paulo Henrique, tome conta então até a gente ver se acha uma maior.

Noite, Jornal Nacional visto, Novela terminada, os dois ainda acordados, super acordados e a Djni, acordada. !

A minha relação com cachorros , se de rua e passando do outro lado da rua, nem presto atenção, se passando na mesma calçada, fico atento, já fui mordido de arrancar pedaço da canela.
Culpa minha, reconheço, mas fui mordido e mordida doi, e mordida na canela doi mais.
Eu tinha então uns 9 ou 10 anos, três décadas prá tráz da noite da primeira noite de Djni na Rua 20, rua sem nome ainda.
E estava passando férias em Queluz, fazenda São Roque, da tia da minha mãe. Férias mãe e eu passavamos em Queluz, terra natal de Da. Elsa. A fazenda tinha dois cachorros e muitos gatos, que viviam em relativa harmonia com os cães, um marron e outro de pêlo preto, nome Duke Os cãe ficavam na porta da porta da fazenda e quando as crianças saiam, saiam juntos, se assim lhes apetecesse.
Naquele dia, quando sai para ir ao Pomar da frente, fui acompanhado pelo Duke. Ia investigar se havia amadurado uma manga rosa em que estava de olho faziam dias, antes de que meus primos fossem atrás, eles que moravam na roça e tinham, naturalmente, muito mais expertice em coisas de roça que eu e que estavam de olho na mesma manga.

Havia perene disputa entre nós, idiota mesmo, já que na fazenda mangas se perdiam apodrecidas debaixo das mangueiras e dentro das gavetas nossas, apanhar mangas era esporte, come-las não, não fazia parte, a gente estava enjoado de manga!

Chego debaixo da manqueira, cato o bambu ali debaixo, miro na manga, dou o golpe, erro. Duke, o cachorro, corre de um lado para outro, colher mangas também era esporte prá ele, que também não comia, mas mordia.
Na terceira ou quarta tentativa, um monte de mangas verdes derrubadas, cai a Desejada.
Duke, mais rápido, vai atrás, morde .
P* a M*,Duke,voce me mordeu a manga! e tasco um pontapé nele. Um belo pontapé.
Duke larga a manga e morde a minha perna, a canela esquerda e morde forte, eu era visita, não era da casa, não podia estar ali distribuindo pontapés.
Eu me lembro de ter sido levado de carro até a cidade, para fazer um curativo enorme na perna esquerda, incomodei meu tio, quanta besteira.
No dia sequinte sento na varanda da fazenda, Duke ali pertinho, se acerca, vem cheirar a minha canela e sai.
Sai trotanto, ar de "Tá vendo,você começou !"

Amanhã a gente continua...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Djni

Em final de Setembro de 1979 o Paulo Henrique, então com 9 anos, estava nos pedindo um cachorrinho, a gente conversou e viu que seria bom.
Pelo lado prático, uma companhia que poderia tomar conta da casa, no mínimo, latir, já que moravamos num bairro novo, o segundo morador da rua, onde o silêncio da noite era sufocante, barulho só das locomotivas da CSN, manobrando no pátio a quase um quilometro, longe, ou barulho de carro na Auto Estrada.
E barulho dos grilos, como cantavam alto aqueles grilos.

Tudo era novo para nós, haviamos saido da 44, onde a noite se ouvia o surdo ruído dos motores pesados da CSN, o Public Adress System da Sinterização, com as ordens passadas aos operários, para cair numa casa onde, na frente, um lote vazio, a esquerda, uma casa em final de construção, a direita, outro lote vazio,nos fundos mais lotes vazios. O outro morador estava do outro lado da rua, duas quadras a direita. Nada mais, só o mato baixo.
Então fomos à Amaral Peixoto, até uma loja mista de ração, animais e coisas de roça, onde três cachorrinhos da ninhada, dois machos e uma fêmea estavam numa gaiola de arame. Saimos com a fêmea, voto vencido, havia concordado de comprar DESDE QUE FOSSE um machinho, fêmea nos iria dar trabalhos no cio.
Não adiantou, Paulo Henrique não aceitou mesmo, empatia. Amor à primeira vista.
Na volta, perguntei:
-E o nome, Paulo Henrique?
- Vai ser JINI.
- Jeane ? , perguntei . Um seriado famoso na TV Jeane é um Gênio, seria a origem do nome.
- Jini. Não, vou chamar de DJNI, fica mais bonito. Aos nove,PH já lia e lia muito.
- Como ?
- "D" "J" "N" "I" .Inventei agora.
E inventado ficou.

Haviamos comprado uma coleira, que mesmo no último ponto se revelou enorme e só começou a ser realmente usada alguns dias depois, um pouco de ração, vazilhas de água e de comida.
O mínimo.
Fomos para a casa, achou-se uma caixa de sapatos, estenteu-se jornal pro chão e lá ficou a Djni para passar sua primeira noite, no chão da cozinha, dentro da caixa de sapatos, dando início no que foi o mais profundo, agradável, amigável, um relacionamento entre um animal de estimação e seus donos (quem era dono de quem?) e que durou quase dez anos.

Amanhã a gente continua.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A (in)segurança do Banco, via Internet.

Eu adoto as seguintes regras básicas:

Login
meu é para acompanhar os meus polpudos saldos da fortuna que recebo do INSS.
Raramente movimento dinheiro por Internet. De um banco para outro, o meu DOC é o DOCanela, um pouco perigoso por assaltos de rua,mas, os bancos são próximos e carregar um punhadinho de meia dúzia de notas não é uma tragédia.

Senha
: não me preocupo, quase todos os bancos tem dois tipos de senha, a de entrada, seu login, que permite você ver o que tem, o extrato e se for necessário pagar existe uma segunda senha variável com o dia(BRADESCO,Real), que você recebe num cartão ou chip(Itaú).

E se não tem uma
segunda
senha, a primeira é clicada dentro de um quadro onde as posições do ponteiro variam a cada dia. (Itaú, HSBC)

Das que conheço eu acho mais seguro aquela em que a segunda senha vem num cartãozinho tipo LOTO, variando em função da posição.

E como
80 %
do meu gasto é ou por Cartão de Crédito, por desconto na Conta Corrente (Eletricidade, Gás, TV a Cabo, Seguro Saúde, UOL, etc ) e pagamento de boleto na boca do caixa. Os 20% ficam para a Feira e dinheiro de Bolso. Portanto,risco mínimo. Mas existe, não dar bobeira, regra básica. Abasteceu o carro,
sai e vai
com o manobrista na maquininha, pagou uma conta em loja, segue a procissão do Cartão até o altar do Caixa.

Evito
ao máximo comprar pela Internet, este negócio de Site seguro WWWS é besteira, conto da carochinha, do lobo mau. Qualquer hacker que se preza aprende rapidinho o caminho das pedras. Lembre-se que a NET é um canal aberto, ruas de mão dupla, o que se digita na China eu posso saber frações de segundo depois, é disso que vive o Google e outros sites de busca.

E,
finalmente
se proteja, existem softwares que são os leões de chocara de seu computador, o que eles fazem é simples, ninguém entra sem você autorizar,ele pede a identidade(FIREWALL)do visitante e não deixa entrar, se o caso. Mas as vezes,muitas vezes, você mesmo autoriza, abre a guarda !

E, mais finalmente ainda, NÂO leia e-mails tipo corrente, aqueles que estão de Ref-Ref-Ref que contenham arquivos executáveis, aqueles de procura de crianças, que enchem a sua tela de votos maravilhosas e mensagens de religião,alto ajuda, etc,etc. o mundo é mau, de 10 mensagens destas de corrente que você abre, 5 tem vírus, que podem acabar com sua máquina e levar seus sofridos R$ a contas de expertalhões.

E finalmente (terceiro finalmente)se você não está convencido e insiste em ler e-mails de corrente, compre outra máquina
só para mexer com dinheiro
, não é isto que você faz na prática, guarda o dinheiro em gaveta com chave ou escondido? Não dê bobeira.

Cassia Eller, uma senhora cantora.





Que só queria cantar,morreu cedo demais.

Cassia sempre esteve no mesmo andar de Maisa, Elis, Clara Bunes. E está,ainda. Todas as três, em comum, foram embora mais cedo. Não temos cantoras com este nível de comunicação com o povo, mais.



Ouça...


TOP TOP

e leia a letra

Da série: Nós não podiamos morrer sem saber disto !

O ovo veio primeiro...

Dica da Rosana Hermann : pesquizadores acharam um ninho de crododilos pré-pré-histórico com ovinhos que estavam já com uma pequena-grande característica de ... pássaros...
Seria como uma alternativa à especie, tão grudada no chão que resolveu voar, voar, algo tão novo e fantástico, como o Homens Sapiens se tornar sapiens, deixar de lado estas maneiras, manias, de agredir, matar, roubar e outros verbos danosos.

Inaugurando o Blog.

A idéia é colocar aqui coisas que vem a cabeça, não terá um tema senão a minha vontade de me expressar, civilizadamente, sobre uma salada mista de frutas e legumes, abobobrinhas, acidentes de percurso, leitura, interpretação....
Blog das bobagens